
Nem lembro qual foi a última vez que sentei em frente ao computador para somente... Escrever. Desligar a mente e colocar sentimento - de verdade - nas palavras. Já até tinha me esquecido do quanto eu amo fazer isso. Foi aí que me peguei pensando em quando foi que deixei esse meu lado mais sensível ir embora. Aquela parte do meu "eu" que só pensa em arte, que vê beleza nas miudezas e se inspira tão facilmente. Talvez esse lado nem tenha ido embora. Na real, eu sei que não foi. Mas sabe quando acontecem coisas aleatórias na sua vida, dentre elas coisas ruins, boas, malucas, e sem perceber você vai deixando que alguns pontos de luz se apaguem dentro de você? Acho que passei por isso de uns tempos pra cá.
Lembro de quando comecei o blog e tudo pra mim era muito novo. Talvez por isso eu dava mais valor em cada pedacinho das surpresas que me aconteciam. Não que a culpa seja minha, mas quando as coisas começam a se tornar rotina tudo fica mais chato. E acho que é realmente essa a palavra chave desse texto. Ro-ti-na. Caí numa rotina que eu mesma criei. Quando percebi minha vida tava tão automática que eu não conseguia mais enxergar arte nas coisas que eu fazia. Fazia por que eu tinha que fazer, não por que me sentia inspirada. Escrevia por que era minha "obrigação", não por que eu queria despejar meus sentimentos nas palavras. Ouvi muita coisa a meu respeito. Várias pessoas me disseram o que eu tinha que fazer, julgando o que é bom e o que não é. Me senti muito pressionada. Me pressionei várias vezes. Caminhei com tanto desespero pra chegar onde eu queria que deixei algumas coisas caírem na estrada. O resultado é prejuízo, meu amigo. Sabe quando você vê que tá chegando mas sua mala tá bem mais vazia do que quando você saiu de casa? Pois é.
Tô voltando atrás e pegando de volta tudo o que eu esqueci jogado por aí. Meus sonhos malucos, minha paz interior, meu amor pela vida, meu tempinho de sobra, minhas despreocupações, meus dias só meus, minha essência. Talvez eu esteja mais perto de casa e mais longe de onde quero chegar, mas quando a nossa bagagem está cheia do que precisamos, não importa onde a gente esteja, não importa a velocidade com que estamos caminhando, a gente fica bem. Coração cansado não pulsa feliz, mente ocupada não sabe se organizar. Por isso permita-se viver a sua vida, de forma bem íntima e particular, independentemente de tudo que te rodeia.
Talvez o mundo te desligue, apague seus pontos de luz e te faça esquecer da sua essência. Isso acontece aos pouquinhos, até que a gente sente falta dessas coisas perdidas no caminho. Anda logo, joga fora da sua bagagem essas futilidades, essa pressa, essa ansiedade por coisas inúteis, essa mania de achar que você é obrigada a agradar todo mundo, esse anseio por materiais, esse cansaço que tudo isso te trouxe. A mala fica tão pesada e a gente nem percebe que tá ficando difícil caminhar, não é mesmo?
Hoje tá tudo bem mais leve. Tenho dado mais atenção aos meus sentimentos, as coisas que amo fazer, ao meu coração, à minha mente. Talvez por isso vocês não tenham visto tantos posts e tantos videos como antes. Mas juro que tudo que eu for fazer agora, vai ser mais intenso, assim como era há um tempo. Me sinto inspirada de novo, sabe? A partir de hoje é cada coisa no seu tempo, quando der, quando puder, quando sentir vontade. Não vou me forçar, não vou ter pressa, não vou correr. Não quero perder nada no caminho mais. Não quero me perder.
Alguém consegue me entender? Já passaram por isso ou sentiram algo parecido com o que escrevi? Me contem aqui nos comentários, quero que vocês se expressem também, de todo coração, como vocês costumavam fazer antes. Sinto muita falta disso!
Fiquem com a paz de Jesus Cristo e o Amor de Maria! Vocês são incríveis! Cada um de vocês que me acompanham e passam pela minha vida. Obrigada!